Denúncias de violência contra crianças e adolescentes crescem 47% no Brasil

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Na semana do aniversário de 30 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente, dados do MDH sinalizam que a violência aumentou na pandemia

Na semana do aniversário de 30 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente, dados do MDH sinalizam que a violência aumentou na pandemia[/caption]Na semana em que o Estatuto da Criança e do Adolescente comemora 30 anos as estatísticas indicam que, infelizmente, a violência contra crianças e adolescentes cresce de forma contínua. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) emitiu um alerta mundial e dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MDH) mostram que somente em abril as denúncias de violência sexual contra crianças aumentaram em 47%, indicando um agravamento do cenário durante a pandemia de Covid-19.As estatísticas apontam que mais de 70% dos abusadores são pessoas que convivem com a vítima, como pais, tios, avós e outros, e que geralmente o abuso só é notado quando a criança ou adolescente já está há algum tempo sofrendo com a situação. Segundo o médico radiologista Camilo Dallagnol, do Plunes Centro Médico, de Curitiba (PR), uma situação comum, nesses casos, é o atendimento de crianças com lesões típicas de abuso, mas cujos responsáveis justificam o quadro de uma forma que não condiz com o que os exames apontam.“Exames de imagem como radiografias e tomografias detectam lesões típicas de crianças que são espancadas. Algumas lesões são características de maus tratos, como a Síndrome do Bebê Sacudido, quando um adulto pega pelo tronco e chacoalha o bebê, causando hemorragias intracranianas ou mesmo de retina, que geralmente só seriam possíveis nessas situações”, detalha.Nestes casos, o médico é desobrigado de seguir o sigilo da profissão e deve comunicar a situação suspeita às autoridades competentes, como o Conselho Tutelar, a polícia ou Ministério Público. “Com a pandemia, a atenção de todos está redobrada devido ao aumento da convivência familiar e, portanto, de potencial aumento dos casos”, afirma Dallagnol. Estima-se que mais de 85 milhões de crianças e adolescentes de todo o mundo passem por alguma situação de abuso durante o período de isolamento.O papel das escolas nesse cenárioAs escolas sempre foram grandes aliadas do combate à violência infantil e um dos principais suportes na detecção de casos de abuso. Muitas denúncias acontecem após professores notarem lesões ou mudanças repentinas no comportamento de crianças e adolescentes. Porém, durante a pandemia, o distanciamento social acaba dificultando essa percepção sobre as crianças e adolescentes que passam por situações extremas.Preocupada com esse distanciamento, a Interpares Educação Infantil, de Curitiba, promoveu uma campanha online sobre o tema. “Neste momento de contato restrito com os alunos a orientação é que os professores reforcem a autonomia das crianças para se defenderem de situações difíceis e constrangedoras”, explica Dayse Campos, diretora da escola."Existem diversos tipos de violência, inclusive a verbal, que também é extremamente danosa. E a soma do estresse que acomete os adultos durante a pandemia e a convivência intensa deles com as crianças aumenta as chances de episódios de agressão mesmo em famílias onde isso não acontecia antes", explica ela. A campanha desenvolvida pela escola trouxe textos voltados aos pais e vídeos lúdicos voltados às crianças. Entre os temas abordados estão o respeito aos limites (do adulto e da criança), abuso sexual, uso de gritos e palavrões e tipos de agressão física e emocional."Além de estarmos alertas e em contato com os pais, sempre buscamos empoderar as crianças para que elas tenham condições de identificar uma situação inadequada e até mesmo pedir ajuda. Já fazíamos isso antes da pandemia, mas o momento atual requer uma intensificação desse debate", finaliza a diretora.INFORMAÇÕES À IMPRENSA: AGÊNCIA SOUKBianca Smolarek | 41 98834-9172 | bianca@agenciasouk.com.brMaria Emilia Silveira | 41 99894-1981 | emilia@agenciasouk.com.br

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