Dia Internacional das Línguas de Sinais: escola em Curitiba ensina libras com foco na inclusão extra-escola

À medida que o mundo se prepara para celebrar o Dia Internacional das Línguas de Sinais no próximo dia 23 de setembro, a Escola Interpares, localizada em Curitiba, destaca-se como um exemplo de inclusão social ao oferecer aulas de Língua Brasileira de Sinais (Libras), mesmo sem ter alunos surdos matriculados. “Afinal, a inclusão leva em conta as diferenças que encontramos também fora dos muros da escola”, explica Dayse Campos, diretora da escola.

No Brasil, aproximadamente 5% da população é surda, e muitas dessas pessoas dependem da Língua Brasileira de Sinais (Libras) como meio de comunicação. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esse contingente corresponde a cerca de 10 milhões de indivíduos, incluindo 2,7 milhões de pessoas com perda auditiva total.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) projeta que, até 2050, o número de pessoas com deficiência auditiva pode atingir a marca de 900 milhões em escala global. Estes números alarmantes revelam a importância crucial de reconhecer e promover a inclusão de pessoas surdas em nossa sociedade.

Com mais de 300 variantes da língua de sinais em todo o mundo, a Libras hoje desempenha um papel vital e efetivo na comunicação de milhões de brasileiros surdos.

"É olhando todo esse contexto que acreditamos que a inclusão não deve ser reativa, mas pró-ativa. Mesmo sem alunos surdos matriculados, decidimos oferecer aulas de Libras para que nossos estudantes e funcionários se tornem mais conscientes da diversidade linguística e cultural do país e sejam capazes de se relacionar com surdos onde quer que estejam", detalha a diretora.

As aulas de Libras na Interpares são ministradas para todos os alunos e funcionários da escola, independentemente de sua origem linguística ou nível de fluência. "Ao aprender Libras, estamos construindo pontes de comunicação e derrubando barreiras que podem existir entre as pessoas surdas e ouvintes", destaca Dayse. "Queremos criar um ambiente inclusivo em nossa escola e na sociedade em geral", conclui.

A inclusão e o respeito pela diversidade linguística e cultural das comunidades surdas são passos essenciais em direção a uma sociedade mais justa e acessível para todos. Para a diretora, é imperativo que governos, instituições educacionais e empresas continuem a investir em recursos e capacitação pensando na comunidade surda.