Jenny Carlson, diagnosticada com retocolite ulcerativa e ostomizada desde 2018, brilha nos Jogos Olímpicos de Paris 2024
Jenny Carlson, a talentosa jogadora sueca de handebol, está brilhando nas Olimpíadas de Paris 2024, levando a Suécia às quartas de final da competição.
O que torna sua história ainda mais inspiradora é o fato de que Jenny, aos 29 anos, vive com uma ostomia, uma condição que não a impediu de se destacar no esporte.
Desde muito jovem, Jenny demonstrou paixão pelo esporte. Filha de pais atletas, ela começou sua jornada no handebol aos cinco anos, inspirada por sua mãe, que era técnica do time de handebol de seu irmão.
A atleta de Gotemburgo jogou em sua cidade natal até os 19 anos. Quatro anos depois, ela se mudou para a Dinamarca para jogar pelo Ringkøbing Håndbold. A trajetória de Jenny, no entanto, não foi fácil. Nessa época, ela começou a enfrentar os sintomas da retocolite ulcerativa, uma doença inflamatória intestinal.
"Fiquei muito tempo no hospital no verão de 2013. Depois melhorei, e quando chegou a primavera de 2014, aconteceu o mesmo", contou Jenny à Federação Europeia de Handebol (EHF).
O diagnóstico oficial de retocolite ulcerativa veio em 2014, e os anos seguintes foram uma batalha constante entre altos e baixos. Quando nada mais funcionava, a solução proposta foi uma ostomia, uma cirurgia que remove partes inflamadas do intestino, necessitando o uso de uma bolsa de ostomia.
“Essa intervenção cirúrgica envolve a criação de uma abertura artificial na parede abdominal (chamada ‘estoma’), que exterioriza uma parte da alça intestinal, permitindo que as fezes sejam eliminadas diretamente para uma bolsa externa”, explica Thiago Moreschi, CEO da Vuelo Pharma, empresa dedicada ao desenvolvimento de produtos que promovem mais qualidade de vida a usuários de bolsas como essa.
Moreschi explica que hoje existem muitos dispositivos e produtos disponíveis para garantir a qualidade de vida dos usuários de bolsas de ostomia. Entre os produtos desenvolvidos pela Vuelo Pharma, por exemplo, está o Gelificador para Bolsas de Estomia, cápsulas para serem colocadas dentro da bolsa, contendo grânulos de polímero acrílico e com alta capacidade de absorção de líquidos.
“Essa composição permite a gelificação dos líquidos presentes na bolsa, deixando-os numa consistência gelatinosa e garantindo que não ocorram vazamentos”, explica ele.
Além disso, as cápsulas do Gelificador contêm óleo essencial de lavanda, que aromatiza o conteúdo armazenado pela bolsa, oferecendo mais bem-estar e segurança às pessoas que precisam se adaptar à essa nova condição.
“Para muitas pessoas que passaram por cirurgias intestinais devido a condições médicas como câncer de cólon, doença de Crohn ou colite ulcerativa, a bolsa de ostomia é uma solução que possibilita uma vida funcional e com mais qualidade”, conclui o CEO.
A operação marcou um novo começo para sua carreira. Jenny se juntou ao clube Brest Bretagne da Champions League de Handebol e passou a integrar a seleção sueca. Ela ganhou destaque mundial e, atualmente, utiliza sua conta no Instagram (@athletewithstoma) para compartilhar sua rotina como atleta ostomizada e aumentar a visibilidade da condição, que ainda hoje acaba sendo pouco conhecida.
"Eu queria ter esse modelo quando passei por isso, que você pode continuar com sua vida, que você pode ser fisicamente ativo e jogar handebol", afirmou Jenny ao podcast The (Un)informed Handball Hour.