Método brasileiro utiliza celulose para criação de curativo que trata feridas de pele
A medicina está constantemente evoluindo e uma área que tem testemunhado avanços notáveis é a dos cuidados com feridas de pele. À medida que a ciência e a tecnologia avançam, os curativos tradicionais estão cedendo lugar a soluções inovadoras, melhorando significativamente o tratamento e a qualidade de vida dos pacientes.
Compreender a evolução dos curativos no tratamento de feridas de pele é fundamental para entender esse progresso. O engenheiro florestal João Carlos Moreschi, fundador da empresa curitibana Vuelo Pharma, está por trás da criação de uma membrana celulósica porosa, chamada Membracel, que vem revolucionando o tratamento de lesões de pele no mercado brasileiro e internacional.
Entre os anos de 1992 a 2000, ele embarcou em uma jornada de pesquisa e empreendedorismo, motivado pela necessidade de encontrar produtos eficazes e acessíveis para o tratamento de um úlcera de longa data da própria mãe.
“Durante o processo de desenvolvimento, vários obstáculos foram enfrentados, incluindo a falta de informações bibliográficas sobre produtos similares”, relata Moreschi. No entanto, o comprometimento e a formação técnica e científica foram determinantes para superar esses desafios, para então desenvolver zoogléias de qualidade (camadas gelatinosas compostas de microrganismos responsáveis pela oxidação de matéria orgânica) e transformá-las em membranas celulósicas porosas.
“Estamos vivendo uma era em que a cura de feridas está se tornando mais do que apenas a aplicação de um pedaço de material. É uma combinação de ciência, tecnologia e empatia, e os resultados estão transformando o setor de saúde de maneiras notáveis, especialmente entre pacientes diabéticos, vítimas de queimaduras, pessoas que sofrem com escaras e outras lesões de pele”, comenta Thiago Moreschi, atual CEO da Vuelo.
Segundo Thiago, entre as principais inovações que estão moldando esse novo cenário, a Membracel se destaca por oferecer aos pacientes aceleração do processo cicatricial, alívio imediato da dor e prevenção da maceração do tecido epitelial vizinho à lesão.
A membrana não apenas beneficia os pacientes como também reduz a necessidade de leitos ambulatoriais. A desospitalização contribui para uma melhora significativa na qualidade de vida dos portadores de lesões de pele, além de redução de custos de tratamento.
“À medida que a pesquisa e o desenvolvimento perduram, é importante reconhecer que a evolução dos curativos é uma parte essencial da transformação contínua dos cuidados de saúde”, completa o fundador.
No entanto, também é importante lembrar que a empatia, o cuidado personalizado e a expertise dos profissionais de saúde continuam essenciais no tratamento de feridas. “A combinação desses fatores com as inovações tecnológicas está moldando um futuro mais promissor para todos os pacientes que enfrentam desafios de cicatrização de feridas de pele. Fico muito contente por, de alguma forma, fazer parte dessa história”, conclui João.