Quando o sonha vira trabalho: exploradora de aurora boreal conta como chegou a essa profissão
Juliana Moura, de 43 anos, sempre teve uma fascinação pelo céu e seus mistérios. Nascida e criada no Rio de Janeiro, e morando em Búzios há 12 anos, ela descobriu sua paixão pela aurora boreal ainda na escola.
Encantada com esse fenômeno celestial, seu maior sonho passou a ser ver o espetáculo de luzes de perto. Em janeiro de 2012, Juliana decidiu transformar esse desejo em realidade, embarcando em uma viagem que mudaria sua vida para sempre.
Sem grandes recursos, planejou sozinha a viagem para Ivalo, uma pequena cidade no extremo norte da Finlândia. “Encontrei uma guesthouse em uma fazenda de huskies, no meio da floresta. Era o último aeroporto ao norte da Finlândia e o lugar perfeito para caçar a Aurora”, relembra Juliana.
As redes sociais foram essenciais na sua preparação, pois, naquela época, a aurora boreal ainda não era tão conhecida pelos brasileiros. Foi assim que ela conheceu um casal de irmãos de Ivalo, com quem desenvolveu uma amizade que facilitou ainda mais a experiência.
Na primeira noite em Ivalo, Juliana teve seu primeiro encontro com a aurora boreal. “O céu inteiro brilhava! Foi um mix de emoções, um momento surreal que marcou o início do meu amor pela aurora”, conta ela, emocionada.
Durante os 14 dias em Ivalo, ela pôde presenciar o fenômeno em quase todas as noites, salvo uma, quando o céu estava coberto por nuvens. Desde então, Juliana fez da aurora seu hobby, retornando várias vezes à Finlândia e Noruega para ver sua "amada" novamente.
Apesar de não ser adepta de registrar os momentos em fotografias, preferindo absorver toda a energia do fenômeno ao vivo, Juliana é seguidora de fotógrafos especializados em capturar a Aurora Boreal. Foi assim que conheceu Marco Brotto, O Caçador de Aurora Boreal, o empresário que modificou sua vida para levar as pessoas a caçar a aurora.
Após trocarem experiências sobre viagens e auroras, Marco convidou Juliana para fazer uma expedição teste como tour leader em setembro de 2022.
“Fui para Curitiba conhecê-lo pessoalmente e toda sua equipe. Embarquei na minha primeira expedição e, logo em seguida, na segunda. Ambas na Lapônia, com muitas auroras e muita emoção”, lembra Juliana. O sucesso dessas experiências a levou a ser aprovada como líder de expedição, um momento de extrema alegria para ela.
Até o momento, Juliana já liderou 19 expedições com a Marco Brotto Expeditions, passando por destinos como Lapônia, Islândia e Alasca, com ele aprendeu o significado realmente de caçar a aurora boreal.
“É difícil descrever a aurora com palavras. Assistir a esse espetáculo da natureza vai muito além de uma simples experiência visual, é pura energia, emoção e sentimento. É sempre especial, como se fosse a primeira vez, com cores e coreografias únicas. Eu me emociono, grito e, principalmente, agradeço de joelhos ao universo pela oportunidade de presenciar essa maravilha”, declara.
Juliana compartilha ainda que diferentes culturas têm suas próprias crenças sobre a aurora boreal. “Os Vikings acreditavam que a aurora era uma ponte chamada Bifrost, onde as Valquírias levavam os guerreiros mortos até Valhalla, o paraíso dos Vikings. Essa é a minha crença favorita”, comenta.
Para Juliana, o objetivo é claro: compartilhar essa experiência mágica com todos que sonham em ver a aurora boreal e, assim, continuar presenciando esse espetáculo até o fim da vida.
Hoje, o trabalho de Juliana como tour líder é uma combinação perfeita de paixão e profissão. “Trabalhar com o que amo é simplesmente perfeito”, finaliza ela, com a mesma emoção que sentiu na primeira vez que viu as luzes dançarem no céu.